SUPERVISÃO CLÍNICA

Super-visão

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O gosto pela supervisão veio com força a partir da minha experiência como supervisora de campo dos alunos da graduação de psicologia da Usp. (clique aqui e veja relato apresentado na II Jornada LEFE). Este trabalho aconteceu por estar envolvida com os projetos do laboratório de pesquisa e extensão LEFE, e a oportunidade de ser supervisora no estágio do Departamento Jurídico (com especial interesse meu por não ser uma instituição de saúde).

Além do gosto pela discussão do caso e pelo acompanhamento dos atendimentos, compreendo a supervisão como espaço para o favorecimento do desenvolvimento do estilo de cada terapeuta. É no estágio que cada pessoa pode se experimentar e se reconhecer como profissional.

Mesmo quem já é formado enfrenta os desafios do início dos atendimentos do consultório ou instituição. Não é fácil atender. Não existe um manual a ser seguido e às vezes fica difícil pensar projetos de intervenção quando se está muito tomado pelo cliente ou pela situação que ele nos convoca.

Poder dividir as angústias e dificuldades enfrentadas é um alívio no saara e um modo de trazer para o compartilhado uma experiência solitária.

O espaço de supervisão é, principalmente, um lugar de aprendizagem, cuidado e de trocas para o amadurecimento pessoal-profissional. É o lugar onde se focaliza luz na própria experimentação como terapeuta. Um trabalho integrativo, onde se acompanha - com um olhar também clínico - o desenvolvimento do estilo de cada terapeuta, o manejo e intervenções dos atendimentos no trabalho clínico.

Além disso, a supervisão é um espaço para compartilhar os desafios de se exercer um trabalho a sós, permitindo uma pequena ruptura do estado solitário, característico do ofício do psicoterapeuta.

Mais do que as teorias, experienciar é abrir-se para o outro, para a alteridade, no mesmo movimento que se mergulha em si mesmo.

O meu trajeto profissional é composto por contribuições da psicanálise e mais recentemente (como visão de mundo) da fenomenologia hermenêutica de Heidegger. Negar a influência de ambos os pensamentos seria negar o meu estilo clínico.